segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Um dia a mais...


E mais um dia começa e, junto a esse começo, o desespero de quem não suporta mais esperar. O corpo já não quer a inquietação da mente e quisera ser demente para justificar um mal que já não mais suporta e, quisera sair pela porta, sumir para não voltar mais.Não, não seria essa louca vontade insana que se renova de semana em semana e dia após dia sem dar um descanso sequer. Não seria essa condição louca, que sufoca e cala na boca um grito difícil de se conter. E a palavra traduz, mas não consegue expressar a ignorância que vive em concomitância com a própria falta de explicação.
A verdade já não interessa porque a pressa, agora, é de resultados. Resultados que podem ser imprecisos, que não importa se venham com avisos ou qualquer outra forma de manifestação. O presságio há muito deixou de ser importante. O sentimento não é mais o de antes e o mau e o bom são matérias que geram uma vaga e invulgar discussão.São assim os dias de um desempregado, de alguém que é útil mas não tem uma ocupação, a não ser no trabalho da mente que tenta não sucumbir ao tédio; que tenta fugir do amargo remédio que vicia, da droga que alicia, da ansiedade no dia que esquenta e esfria, mas não muda a idéia e nem mesmo a razão. Como um animal acuado, vive preso e desamparado por uma sociedade que não quer se envolver. É mais uma vitima de sua comunidade, das famílias e da sociedade, que a tudo assiste e insiste em discriminar. Julgam alguns que não há exclusão mas não dão atenção aos gestos tão mudos quanto estáticos e, com atitudes e pensamentos práticos, escondem em si a hipocrisia e disseminam a falsidade, com uma verdade que inexiste, mas que atende ás suas terríveis necessidades, deixam por legado para a próxima geração, a falta de compromisso moral e de uma justa razão. A quem interessa, portanto, essa lamentável condição?
Quem serão os algozes de um trabalhador incansável, produtivo, que por uma idade avançada e inevitável, não consegue um lugar ou uma oportunidade para provar a sua capacidade, a sua utilidade e aptidão? Que inteligência impera nesse meio confuso cujo abuso está estampado na cara, na figura que se declara e se completa numa vil obstinação? Que distancia separa o discurso da ignorância e com que ganância esperam alcançar o topo dessa montanha infinita de proporções tão esquisitas quanto a vontade de não ser a imagem uma simples visagem que assusta mas não afugenta, que cria e não se contenta em ser uma idéia a mais, uma espera de paz ou, serenamente, uma simples imaginação.