Cada dia que passa as pessoas percebem o quanto se torna difícil a convivência entre os seres humanos. A luta incansável e obstinada das igrejas e demais seitas religiosas é travada nos mais inimagináveis recônditos desse planeta. E assim, confundem-se em seus propósitos e se perdem meio aos dogmas pré-estabelecidos, criando e disseminando uma vasta legião de mitos e conceitos, na intenção miserável de tornar cada vez mais competitiva a busca pela realização pessoal de cada um, com o único intuito de formar lideres espirituais, religiosos, políticos e tantos outros deformadores de opiniões que priorizam os seus interesses espúrios e locupletam-se, explorando mentes corrompidas e satisfazendo as suas ganâncias por um reino medíocre de ilusão material. O homem criou o conceito de família e, sem registros eficazes que comprovasse os benefícios dessa união comunitária, começou a desmistificar tal conceito.
A Igreja, a Sociedade, o Estado e o próprio interesse, muitas vezes inescrupulosos do homem, criaram uma condição submissa para a espécie, a qual denominou de casamento. Ou, Matrimônio, para ser mais preciso.
Entretanto, ignoraram ao mesmo tempo os preceitos consentidos nos primórdios da Humanidade onde os registros não são claros em termos de uma comunhão familiar, mas sim de um coletivismo onde as pessoas procuram, dentro de seus limites, o conhecimento de suas origens, o conhecimento de si mesmo e não a exploração da qual se tornam reféns através de estudos sobre a sua arvore genealógica para com isso descobrirem parentes afins que se lhe orgulham pela linhagem preconceituosa da soberba elitista ou de qualquer outra prosaica tradição.
Não explicam, no entanto, a trajetória de Caim, expulso de sua Comunidade após ter assassinado o seu irmão; a opção de Jesus que chamou de mulher, Maria, a qual soube, com sabedoria divina, retribuir a todos que se lhe tornaram filhos, a condição pura de ser Mãe. E, pelo que muita gente sabe, Jesus era um Peregrino, um Caminhante, seguido por aqueles que eram tocados pela fé. E esses são os que formavam a sua verdadeira família que Ele chamava ora de filhos, ora de irmãos. Não explicam as profecias que incluem Nostradamus: “Pais contra filhos, Irmãos contra irmãos”; a biodiversidade na gênese; a proveta; o clone; a adoção.
E a Sociedade, soterrada sob pretextos e dogmas, continuam construindo muros e grades, ao mesmo tempo em que se isola e se individualiza, que se separa e se exclue, fecha-se em grupos seletos, de valores perdidos em mercados confusos onde, nas prateleiras, o produto mais vendido é a sua própria razão. Muitos até admitem a insustentabilidade de suas opiniões. Em nome de uma sobrevivência ignorante e vulgarmente servil, toleram a corrupção do corpo e da alma; aceitam suborno para alimentar a ilusão, a arrogância e a obstinação.
Portanto, a tarefa se torna cada vez mais difícil e utópica. A mudança já não depende tanto do tempo. E, a Esperança, “presa em caixa de Pandora”, é só mais um engodo. Então, “Ser ou não Ser”, será para sempre, mais uma indefinida questão.